Você não se sente culto ao sintonizar a estação de música clássica no rádio ou na internet e ouvir uma ópera ou uma sinfonia de um grande compositor como Mozart? Baby Einstein, uma empresa que faz DVDs, vídeos e outros produtos para bebês incorporando arte, música e poesia clássica, é uma franquia de 1 milhão de dólares. Pais compram os produtos porque acreditam que a exposição à grande arte (como os DVDs e CDs Baby Mozart) pode ser bom para o desenvolvimento cognitivo de seus filhos. Há até CDs de música clássica criados para ser tocados durante a gravidez, para o feto em desenvolvimento.
A ideia de que ouvir música clássica pode aumentar sua capacidade cerebral se tornou tão popular que foi apelidada de "O efeito Mozart". Então como esse mito começou?
Nos anos 1950, um médico de ouvido, garganta e nariz chamado Albert
Tomatis começou a tendência, alegando que o uso da música de Mozart foi um sucesso para ajudar pessoas com distúrbios de fala e de audição. Nos anos 90, 36 estudantes em um estudo da Universidade da Califórnia em Irvine ouviram 10 minutos de uma sonata de Mozart antes de fazerem um teste de QI. De acordo com Gordon Shaw, o psicólogo encarregado do estudo, a pontuação dos estudantes subiu em torno de oito pontos. O efeito Mozart acabava de nascer.
Um músico chamado Dan Campbell registrou a frase e criou uma linha de livros e CDs baseados no conceito, e Estados como a Geórgia, a Flórida e o Tennessee separaram dinheiro para música clássica para bebês e outras crianças pequenas. Campbell e outros foram mais longe, afirmando que ouvir Mozart pode até melhorar a saúde das pessoas.
Contudo, o estudo da UC Irvine original foi controverso na comunidade científica. Frances Rauscher, pesquisador envolvido no estudo, declarou que eles nunca afirmaram que ouvir Mozart tornava as pessoas mais inteligentes; apenas que aumentava o desempenho em certas tarefas espaço-temporais.
Outros cientistas foram incapazes de reproduzir os resultados originais, e não há atualmente nenhuma informação científica para provar que ouvir Mozart, ou qualquer música clássica, faz alguém ficar mais esperto. Rauscher até disse que o dinheiro gasto por aqueles Estados seria de mais utilidade em programas de música - há algumas evidências que mostram que aprender um instrumento melhora a concentração, a auto-confiança e a coordenação.
Mozart certamente não pode lhe fazer mal, e você até pode gostar dele se você tentar, mas não conseguirá ficar mais inteligente.
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