O governo britânico bolou uma nova maneira de estagnar o alto índice nacional de gravidez na adolescência: o Serviço Nacional de Saúde publicou um panfleto encorajando adolescentes a tomarem sua sexualidade pelas mãos e masturbarem-se.
As reações à questão são muito curiosas. Alguns a receberam bem, outros acreditam que adolescentes vão levar o conselho a sério demais e se envolver em comportamentos sexuais de risco, e outros ainda estão mortificados e acham que educação sexual deveria ser deixada para os pais (porque afinal eles tem feito um ótimo trabalho até o momento).
Educação sexual baseada apenas na abstinência tem sido um fracasso, mas por alguma razão os pais sentem-se muito nervosos com o assunto. Quando a Cirurgiã Geral Joycelyn Elders sugeriu durante uma audiência no AIDS Day nas Nações Unidas em 1994 que crianças deveriam aprender sobre masturbação, ela foi convidada a demitir-se pelo presidente Clinton, que cedeu a intensa pressão dos conservadores. Elders havia simplesmente sugerido que informação apropriada à idade fosse incluída no currículo escolar.
Nos círculos educacionais, Elders não estava falando nada particularmente novo ou revolucionário: as diretrizes do Conselho de Informação e Educação da Sexualidade (a principal fonte de materiais sobre educação sexual adotados pelo Departamento de Educação) apóia a disseminação de informação correta sobre masturbação.
Enquanto a maioria dos educadores sexuais concorda que adolescentes necessitam melhores informações, a premissa do programa parece muito falha. Esforços do governo de encorajar adolescentes e crianças a fazer qualquer coisa – comer direito, evitar drogas, e não atearem-se fogo como Beavis e Butthead – normalmente são mal recebidos e amplamente ineficientes.
A ideia que adolescentes precisam ser encorajados a descabelar o palhaço ou usar o cinco contra um é bizarra. Alguns pais estão preocupados que seu filho ou filha adolescente possa encontrar o panfleto, folheá-lo e pensar “É uma ótima ideia, nunca tinha pensado nisso! Se o Serviço Nacional de Saúde diz que eu deveria estar me tocando uma vez por dia, quem sou eu pra discutir?” [Live Science]