São muitas as tentativas de desenvolver robôs inspirados em seres da natureza, mas a maioria delas acabam virando máquinas rígidas feitas de metal, plástico ou poliéster. Se por um lado robôs velozes são incapazes de se curvar e se infiltrar em espaços apertados, máquinas ágeis e flexíveis não conseguem se mexer muito rápido. Até agora.
Um novo robô de revestimento suave de silicone pretende mudar isso. Ele se contorce em espaços estreitos com facilidade e cobre grandes distâncias rapidamente, movendo-se ao estilo de uma lagarta.
O GoQBot, concebido na Univesidade de Tufts, Massachusetts, Estados Unidos, emprega uma técnica de rolamento balístico, empregado usualmente no lançamento de projéteis, para alcançar altas velocidades. O robô também teve como modelo o comportamento de fuga empregado por algumas lagartas, que se lançam para o alto, se contorcem em forma de roda e desta forma rolam para longe da ameaça detectada.
O movimento da lagarta é um dos mais rápidos comportamentos automotores da natureza, de acordo com Huai-Tin Lin, autor do projeto “GoQBot”.
O robô de dez centímetros de comprimento é feito de borracha de silicone, e as peças do seu mecanismo são feitas de liga de bobinas embutidas, de acordo com o Instituto de Física, que deve publicar um artigo sobre este robô em breve. GoQBot gira a uma rapidez vertiginosa, podendo chegar a uma velocidade angular de 300 rpm (rotações por minuto).
A pesquisa foi financiada dela Agência de Pesquisa Avançada de Projetos de Defesa (Darpa, na sigla em inglês), uma agência do Departamento de Defesa estadunidense. A expectativa é de que os robôs sejam úteis para as atividades desempenhadas pela Darpa.
O GoQBot tem emissores infravermelhos nas laterais para permitir o rastreamento de movimento – o que também acaba criando um efeito visual interessante. O movimento feito pelo robô é tão rápido que não foi possível capturar uma imagem da ação, é preciso assistir o vídeo abaixo para ter uma noção do como o GoQBot se comporta.
Lin acredita que os robôs macios ao toque como esse poderiam ser usados para acelerar os esforços de procura e recuperação após desastres, como o terremoto e o tsunami que devastaram o Japão em março.
“O robô é capaz de se infiltrar por espaços em que nem humanos nem cães conseguem em meio a um campo de destroços, por exemplo, e mexer no perigo para nós”, projeta. [PopSci]