Dentro de um ano, membros robóticos controlados exclusivamente pela mente podem estar disponíveis para pessoas paralisadas.
Um teste está sendo feito com macacos, treinados para controlar o braço robótico mais sofisticado já feito até hoje, com aparência humana.
Eles nunca tocam a prótese ou qualquer controle remoto: os macacos guiam o braço com seus pensamentos. Se os testes forem bem sucedidos, em poucos meses pessoas com lesões na medula espinhal podem aprender a fazer o mesmo.
Em 2008, um pesquisador afirmou que dois macacos aprenderam a se alimentar com marshmallow e frutas usando um membro bruto robótico controlado por eletrodos implantados em seus cérebros.
Mas os pesquisadores queriam algo mais sofisticado – daí entra o Membro Prostético Modular (MPM), um membro biônico que se aproxima bastante da forma e agilidade de um braço e mão humanos.
O MPM é feito de uma combinação de fibra de carbono ultraleve e ligas de alta resistência. Ele tem 22 graus de liberdade, em comparação com os 30 do braço humano, e pode captar com precisão e firmeza, sem esmagar objetos frágeis. O pulso e o cotovelo giram com facilidade e, como um membro humano médio, pesa pouco menos de 4,5 kg.
Não dá para fazer de tudo (como fechar a mão em concha), mas é possível controlar todos os dedos individualmente, e nenhum outro membro prostético se aproxima dessa eficácia.
Um protótipo do MPM também está sendo testado por pessoas que tiveram um ou ambos os braços amputados. Os pesquisadores redirecionam cirurgicamente os nervos que controlam o braço para músculos peitorais normalmente não utilizados, onde os sinais nervosos são interpretados por eletrodos que guiam o membro robótico.
Um dos pacientes foi capaz de usar o braço quase imediatamente; foi uma coisa muito natural. Segundo os cientistas, o cérebro ainda acha que o braço da pessoa está lá; se é possível aproveitar esses sinais, coisas surpreendentes podem ocorrer.
Porém, pessoas paralisadas do pescoço para baixo não poderão se beneficiar desta técnica, já que os sinais do cérebro não podem alcançar o peito.
O próximo passo da pesquisa é treinar os macacos para usar o MPM com cinco dedos e executar tarefas diárias mais complexas. Se os macacos demonstrarem que é possível controlar o braço com inteligência sozinho, os pesquisadores vão dar às pessoas com lesão medular a oportunidade de experimentar o MPM.
Segundo os cientistas, para uma pessoa com lesão medular, é um grande passo poder se alimentar sozinho. Até agora, ninguém alcançou este nível de controle em seres humanos com uma prótese comandada pelo cérebro; esse é o objetivo do estudo.